quarta-feira, 6 de julho de 2016

PREFÁCIO: Se eu começasse meu ministério de novo...

(DRESCHER, John M. Se eu começasse meu Ministério de novo. Traduzido por Rubens Castilho. São Paulo:Editora Cristã Unida, 1997. 99p.)


      Por vários anos, especialmente os pastores mais jovens, e também aqueles que se preparam para o ministério, me incentivaram a escrever Se Eu Começasse Meu Ministério de Novo. Não há dúvida de que este título foi sugerido pelos meus dois livros anteriores, Se Eu Começasse Minha Família de Novo (Editora Cristã Unida) e Se Nós Começássemos Nosso Casamento de Novo (edição brasileira tem o título Começar de Novo, Editora Mundo Cristão).
       O que se segue resultou também de minha própria busca e necessidade. Aqui estão apontamentos sobre o que me parece importante quando me ponho a considerar onde deveria colocar
a ênfase, se tivesse de começar meu ministério de novo. Eles também abordam pontos que eu teria desejado que alguém compartilhasse comigo quando iniciei meu ministério. Talvez eles tenham sido compartilhados numa extensão maior do que imagino agora. Muitas coisas não são aplicáveis até que se chegue a situações relevantes na vida.
       Tenho servido como pastor em três congregações, como bispo ou supervisor de congregações em três diferentes jurisdições, ecomo professor de seminário durante uma década. Atuei também
como editor de uma revista semanal de uma denominação por aproximadamente doze anos. Além disso, tem sido para mim um privilégio falar a centenas de congregações e grupos de ministros
que ultrapassam as linhas denominacionais—católicas e protestantes—e em tais contatos os ministros têm perguntado:“O que você faria se estivesse começando de novo?”
       Por experiência, sei que há fases desfavoráveis no ministério. Depois de vários anos, um ministro pode experimentar uma depressão que chega a pôr à prova seu chamado e compromisso. O entusiasmo de entrar no ministério pode dissipar-se quando não vemos concretizar-se o grande crescimento que esperávamos ou porque não alcançamos nossas metas. Na meia-idade, quando a família deslancha e outras responsabilidades se tomam pesado ônus, o ministro tende a ficar desanimado ou pensa em pastos mais verdes. A meia-idade é uma crise em que buscamos novamente nossa identidade e fazemos perguntas sobre o restante da nossa vida. É um grande momento para tomar um rumo mais reanimador e retomar aos fundamentos.
         William Nelson, em Ministry Formation for Effective Leadership (Formação Ministerial para Liderança Eficaz), leva-nos a retomar a alguns desses fundamentos. “Que impulso motivou sua vocação cristã? Qual é a meta que orienta sua formação para o ministério neste momento? É uma dedicação ao estudo da Bíblia, da história da igreja, ou da teologia cristã, para que se tome um professor mais eficiente? É uma paixão pela reforma da estrutura que controla nossa sociedade, de modo a tomá-la possível para que todas as pessoas se tomem verdadeiramente humanas? E um desejo de edificar o Corpo de Cristo como uma comunidade reconciliadora da fé, objetivando a evangelização do mundo? A capacidade crítica para a auto-reflexão o ajudará a articular as metas que pretende estabelecer para tomar-se um líder pastoral eficaz.”
         As oportunidades e alegrias a mim proporcionadas no ministério cristão foram além das minhas expectativas. É certo que, no curso de todo o trabalho, houve tempos difíceis. Porém o ministério cristão, para mim, foi entremeado de desafios e altamente satisfatório. Nenhum outro ofício abrange todos os níveis da existência, do nascimento até à morte. Nenhum outro trabalho absorve com mais intensidade os profundos sofrimentos e as supremas alegrias da vida. Nenhum outro serviço compartilha mais plenamente os tropeços e os sucessos das pessoas.
        Apesar das fraquezas e falhas da igreja, ela ainda se constitui num grupo que demonstra neste mundo o maior amor, sacrifício e abnegação. E mesmo aqueles que não reconhecem a pessoa de Cristo usufruem as bênçãos e benefícios do espírito e impacto da ação cristã.
          Em face disto, como alguém que já se encontra na quinta década de seu ministério, permito-me expor algumas coisas que resultaram em grandes bênçãos, falar de alguns pontos que deveriam ser fortalecidos, bem como comentar sobre alguns atos ministeriais que eu faria de modo diferente, caso me fosse possível realizá-los de novo.
           O que pretendo apresentar não se propõe a ser uma resposta para cada ministro. Cada um deles deve buscar e apreender o que Deus lhe está dizendo, onde se situa sua própria vocação, como
ela ocorreu. Uma pessoa não pode fazer todas as coisas, por isso cada um deve, sob a direção divina, ser e fazer o que o chamado de Deus lhe impõe, e descobrir os pontos fortes e fracos, procurando, em ambos os casos, a bênção de Deus.


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