(DRESCHER, John M. Se eu começasse meu Ministério de novo. Traduzido por Rubens Castilho. São Paulo:Editora Cristã Unida, 1997. 99p.)
A segunda declaração sobre o desejo de Deus para os pastores do povo de Deus em Jeremias é que Deus deseja dar-lhe pastores segundo o seu coração, que os “apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jeremias 3.15).
A ordem da Escritura para o ministro é pregar a Palavra (2 Timóteo 4.2). Os primeiros Discípulos entregaram-se à “oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.4).
Deveria ser óbvio que, para pregar a Palavra, o estudo da Escritura é fundamental. Eu trataria de realizar um intenso treinamento em estudos bíblicos. Dwight L. Grubbs escreve em Beginnings— Spiritual Formation fo r Leaders (Inícios— Formação Espiritual para Líderes): “A dignidade de uma vocação deve ser medida sempre pela seriedade da preparação que se faz para ela.”
Eu escolheria cuidadosamente uma escola em que houvesse um alentado programa de estudos bíblicos, com ênfase na espiritualidade e na pregação da Escritura, bem como um inequívoco fervor evangelístico prático. Os professores que demonstraram uma profunda reverência pela Escritura, uma vida espiritual contagiante e uma mensagem centralizada em Cristo, exerceram um poderoso impacto em minha vida.
Quando Alexander Maclaren foi convidado para pastorear a igreja de Manchester, Inglaterra, ele perguntou: “Vocês querem meus pés ou minha cabeça? Não posso dar ambos a vocês.” Se quisessem seus pés para todas as pequenas tarefas, e transmissão de todos os avisos, e participação em todos os comitês, não deveriam esperar que ele pregasse os sermões ou ensinasse a Bíblia com a devida profundidade. A congregação disse a Maclaren que desejava que ele fosse fiel ao chamado de Deus para “pregar a Palavra”. E ele fez isso.
Fugas Comuns
Um dos meios de escapar do estudo sério da Escritura é envolver-se em juntas, comissões, encontros e organizações da igreja e da comunidade. A incumbência de “pregar a Palavra” é negligenciada, e o ministro ordenado acaba se devotando à grande quantidade e variedade de mecanismos da igreja e da comunidade, em detrimento do seu próprio crescimento espiritual, do ministério espiritual e da vida da igreja. A tarefa de ministrar não consiste em construir um império organizacional, mas exaltar a Cristo. E provar plenamente o ministério do Evangelho. Não é dirigir um escritório, mas alcançar pessoas com o oferecimento da graça e da salvação.
Quer isto dizer que devo dedicar uma grande parcela de tempo ensinando a meu povo as grandes verdades cardinais da Escritura. Somente quando firmadas na Escritura as pessoas podem crescer na fé, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem pela pregação” (Romanos 10.17, BLH). Não somos instados a orar para ter fé. Não podemos ter mais fé em Deus e em Cristo do que sabemos a respeito deles. Portanto, procuro ampliar em meu povo a compreensão de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e de todas as doutrinas básicas da fé. Eu pregaria mais mensagens expositivas, guiando meu povo através de cada livro da Bíblia. A tentação é escolher um texto e pregar sobre ele e, algumas vezes, um pouco além dele. O Senhor não prometeu abençoar minha palavra, mas prometeu abençoar a Palavra de Deus.
E preciso tempo para estudar a Bíblia. Isto significa que devo evitar os comitês como se fossem praga. Eu deixaria que os que possuem o dom da administração cuidassem o mais possível dessas tarefas. Talvez mais do que por outra coisa qualquer, os ministros ficam emperrados e são censurados por todas as espécies de falha, pelo fato de se descuidarem da pregação e do ensino da
Palavra para se ocuparem da organização.
Nos dias em que o tempo limitava drasticamente as viagens, os pastores “invernavam” com um assunto, autor ou um livro da Bíblia. Isto significava que o ministro separava horas em cada
dia, durante seis meses ou mais, para fazer um estudo específico de um livro da Bíblia ou de uma doutrina ou assunto bíblico.
Se eu estivesse começando meu ministério de novo, eu invernaria cada ano com um livro da Bíblia, ou uma série de livros pequenos, como as três epístolas de João, lendo, ouvindo o Espírito através da meditação e oração, e aprendendo o que outros disseram e tudo o que eu pudesse sobre o livro ou livros. Desta forma, em vinte anos ou menos, eu poderia tomar-me profundamente versado em todos os livros do Novo Testamento, e nos demais livros da Escritura.
Eu também invernaria com grandes escritores. Um meio fantástico de aprender a conhecer intimamente os grandes personagens de todos os tempos é ler o que eles escreveram e...
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