quarta-feira, 17 de outubro de 2018

CAPÍTULO 2: REFLEXÃO SOBRE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL



REFLEXÃO SOBRE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL[1]


2.1.ORIGEM E CRESCIMENTO DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


Escola dominical como movimento, surgiu na Inglaterra, como resultado do grande avivamento cristão ocorrido no século XVIII. Robert Raikes teve a honra de ser o fundador desta abençoada escola.
Em Julho de 1780, quando Robert Raikes começou a reunir e amparar as crianças de rua, para instruí-las na leitura e no conhecimento da Bíblia, não poderia imaginar que em cinco anos haveria uma explosão na educação nacional e internacional, motivada pelo movimento que veio a ser chamado “Escola Dominical”.
As primeiras notícias registradas destes movimentos dizem que o propósito inicial de Robert Raikes era dar àquelas crianças da cidade de Glovcester, rudimentos da educação em que a Bíblia era disciplina indispensável e obrigatória. O movimento começou agitado, pois, visando alcançar um número cada vez maior de crianças. A escolinha de Raikes ocupava seis horas do domingo em dois turnos, manhã e tarde e, além de Raikes, professor da Bíblia, quatro outros professores crentes e habilitados pedagogicamente, se revezavam.
 Em 1787 já havia 250.000 alunos matriculados nas escolas da Inglaterra. Estas primeiras Escolas Dominicais foram as precursoras do moderno movimento da educação cristã e também da educação pública.
A Escola Dominical se esparramou por todo o mundo. Em 1855, exatamente no dia 19 de agosto, o Robert e Sara Kalley, organizaram a primeira Escola Dominical, em Petrópolis no Rio de Janeiro.
A princípio, as escolas destinavam-se mais para as crianças e adolescentes, de 7 a 16 anos. Gradativamente foram acrescentadas classes para crianças de menor idade e também para jovens e adultos.


2.2.ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO


A)   Organização é ordem
Envolve estabelecer as bases de algo, ordenar, arranjar.
A criação de Deus nos surpreende por sua perfeita organização. O texto de 1 Coríntios 14.40 nos ensina: “...tudo, porém, seja feito com decência e ordem!”. A desorganização e a desordem destroem a vida de qualquer pessoa, igreja ou organização.
O crescimento sem ordem é aparente e infrutífero. Pode haver muito esforço e muita energia e nenhum crescimento real, porque a desorganização aniquila os resultados positivos surgidos.

B)   Organização é planejamento. Elaboração de planos. Elaboração por etapas, com bases técnicas, de planos e programas com objetivos definidos.

C)   Administração é e execução do planejamento.
O grande fracasso tem sido administrar coisas não organizadas!
Duas falhas no planejar:

NEGLIGÊNCIA: - “o amanhã cuidará de si mesmo”.
Há pessoas que trabalham sempre na base da improvisação.     
Outras raciocinam que por serem versáteis e terem reflexos rápidos poderão superar as deficiências de seus planos. O que se vê, em ambos os casos, é fracasso.

MAU ENCAMINHAMENTO: Há pessoas que usam métodos inadequados e administram (executam) erradamente.
Devemos planejar quando se considerar uma atividade especial a ser preparada ou em ocasiões periódicas determinadas por calendários, por exemplo: no início de um ano; intervalos trimestrais; quando há um novo empreendimento ou projeto.

A organização adequada é feita a partir de:

·         Identificação dos Objetivos:
Observar o que a minha Escola Dominical, o meu departamento, a minha classe desejam conseguir? Quando? Por quê?

·         Determinação da prioridade dos Objetivos:
- o que é mais importante e deve ser feito primeiro?
- onde será implantado?
- o que será necessário para o alcance dos objetivos que foram fixados? – pensar em recursos materiais e humanos.

·         Definição das estratégias:
- o que será necessário para passar do plano do papel para a ação?
- quem irá transmitir as instruções? E para quem?

·         Qualidades da boa organização:
Simplicidade – sem elementos desnecessários, sem ostentação, sem complexidade ou dificuldade.
Flexibilidade – que se pode alterar, caso seja necessário.
Completa – que se pensou em todos os detalhes.

·         Características dos Objetivos:
A longo prazo: - são objetivos permanentes e podem ser definidos como a própria finalidade e razão de ser da Escola Dominical.
A médio prazo: - São estratégias para o alcance dos objetivos a longo prazo. Num ambiente de Escola Dominical os objetivos a médio prazo ultrapassam uma gestão de um ano. Estes objetivos são definidos a partir de análise dos problemas existentes e reflexão sobre os desejos e expectativas da Igreja em relação à Escola Dominical.
Exemplos destes objetivos: treinamento de professores, reestruturação do currículo, criação do departamento de música...
A fixação destes objetivos deve ser feita com a aprovação da liderança da Igreja, pois, sua execução transcende o mandato de um ano do diretor ou superintendente da Escola Dominical.
A curto prazo: - são estratégias também para o alcance dos objetivos a longo prazo e que podem ser alcançados dentro de um ano. Exemplos: reunião mensal dos professores, atividades extras, classes especiais...


ORGANOGRAMA:
Podemos definir três tipos de Escola Dominical:
1 – Pequena – até 70 alunos
Uma pessoa pode dirigir a E.B.D. sozinha, tendo a ajuda de um secretário.

Diretor/Superintendente
Secretário
Classes
Berçário           Crianças            Juniores          Adolescentes          Jovens/Adultos
de 0 a 2 anos             de 2 a 6 anos           de 7 a 11 anos           de 12 a 17 anos                  a partir de 18 anos

2 – Média – de 71 a 150 alunos
A Escola Dominical pode ter um Diretor, um Vice- diretor, um Secretário e um Tesoureiro.
Pode ter um Departamento Infantil, com um Diretor e um Vice.
Pode ter uma Classe para Adolescentes, uma para Jovens e uma para Adultos.

Diretor
Vice – Diretor
Secretário
Tesoureiro
Diretor do Dep. Infantil
Vice- diretor  do Dep. Infantil

Berçário   Maternal      Primário      Crianças    Juniores     Adolescentes     Jovens         Adultos
a 2 anos       de 2 a 3 anos        de 4 a 6 anos            de 7 a 8 anos     de 9 a 11 anos       de 12 – 17 anos        de 18 -25 anos      a partir 26 anos

3 – Grande – a partir de 151 alunos
Escola Grande a escola pode ter além de um Diretor, Vice- diretor, uma Secretária e um Tesoureiro.
O Departamento Infantil será igual a Escola Média.
Pode ter um Departamento de Juniores e Adolescentes com um Diretor comum para ambos.
Pode ter um Departamento de Adultos e Classes Especiais.

Diretor
Vice- diretor
Secretária
Tesoureiro

Dep. Infantil              
Igual a Escola Média
Dep. Adolescentes
Juniores    Adolescentes  
12 – 14 anos         15 – 17 anos
Dep. Adultos
Jovens I   JovensII   Adultos    C.Especiais
18-22anos        23-28 anos       29-45 anos


A. Organização do Departamento Infantil


Para organizar um Departamento Infantil é necessário um Diretor com Formação Pedagógica Educacional ou uma pessoa extremamente dedicada sob a orientação do Pastor ou alguém da Área Educacional.
O Departamento Infantil possui 4 áreas que precisam estar afinadas para que haja sucesso no trabalho com as crianças: Administração, treinamento de Professores, Relacionamento com pais e Ministério com crianças.


Departamento Infantil
     Diretor                        Treinamento de          Relacionamento         Ministério
Administração              Professores               com os pais            Com crianças


B. Problemática da Escola Dominical


Há vários problemas que vêm afligindo e impedindo o desenvolvimento sadio da Escola Dominical e que estas estão ligadas àqueles que são líderes desta organização.


1°- Corpo docente – Professor:
O Professor escolhido para as classes de Escola Dominical, devem merecer o máximo de atenção da parte do Pastor e da liderança da Escola Dominical. II Timóteo 2:2 – devem ser “homens fiéis e também idôneos para instruir outros”. O Professor deve ter uma experiência clara da sua conversão e deve ser um constante estudioso da Palavra de Deus – I Cor. 15:1.
Precisamos também, cobrar de alguma forma a assiduidade e buscar avaliações constantes dos alunos.

2°- Diretor – Superintendente:
Não é uma simples figura, e sim, o responsável por todo o andamento da ED.É a pessoa chave para desenvolver o programa de Educação Religiosa dentro da ED. O superintendente é o elo de ligação entre um Departamento e outro. E mais, ele é o porta voz das necessidades das classes e dos departamentos diante da direção da Igreja.
A problemática, nesta área, é que um bom número de Diretores e Superintendentes da ED, por não conhecerem exatamente as suas funções, transformam- se em ditadores na ED; há os que vão ao outro extremo, permitindo que cada professor faça o que quer na classe. Por isso, chega a ser o responsável pela má organização de todo o andamento da ED.
Temos falhado ao não planejar o crescimento e as perspectivas de nossa EBD para médio e longo prazo. Desconhecemos a vida pessoal, social e cultural de nossos alunos. Precisamos de instrumentos, questionários e pesquisas constantes de nossos alunos, buscando o crescimento qualitativo de nossa ED.

3°- Pastor:
Em virtude destes problemas mencionados, pesa muito a responsabilidade do Pastor da Igreja. Este não deve descuidar- se da supervisão da ED e das classes.
O Pastor, periodicamente, deve reunir os professores e a direção da ED para estar a par do andamento de cada Departamento.


4°- Literatura:
Várias denominações usavam material e revista publicadas por outras, isto, até a década de 70. Hoje, porém, já é diferente, até as pequenas denominações têm sua própria revista. Porém, temos que reconhecer que ainda precisa ser feito muito nessa área. A necessidade de objetivos definidos nas lições e as aplicações que cada lição deve trazer à vida dos alunos é uma carência.
 Precisamos de livros que sejam facilmente assimilados pelos brasileiros a fim de que possam gostar de ler e terem orgulho os livro.

5°- Pais:
Os pais crentes devem ser exemplos de frequência à ED, no testemunho, na hora devocional no lar, no estudo da revista em casa. Pais que deixam os filhos à porta da Igreja, e vão buscá-los após o encerramento estão desestimulando os filhos à frequência da ED. Não se poderá realizar muito sem o auxílio dos pais.

C. Expansão e Extensão da Escola Dominical:

É natural que uma Escola Dominical tenha alvos de crescimento tanto na sua qualidade como na sua quantidade.
1° passo: desejar melhorar é salutar e o 1° passo.
2° passo: é verificar se há possibilidade para crescer:
·         Em termos quantitativos,- para se pensar em maior número de alunos, precisa levar- se em conta o problema de espaço, de equipamento, de materiais, de obreiros...
·         Em termos qualitativos, - como ter melhores alunos, melhores professores...
3° passo: é saber como melhorar, isto é, como agir. O êxito dependerá de um plano bem elaborado e integrado ao plano global da Igreja.

Precisamos então, responder com precisão às seguintes perguntas:
a)    Os assuntos e temas tratados na EBD estão ao alcance dos alunos?
b)    Para que  classe social está sendo dirigida a propaganda atual da EBD e da Igreja?
c)    Qual a frequência atual dos alunos, novos alunos, alunos desistentes e visitantes?
d)    Existem picos desta frequência?
e)    Que características da EBD chamam a atenção de seus alunos?
f)     Qual a profissão, habilidade ou aptidão de cada aluno?

A expansão da ED envolve os planos de ação que redundarão no aumento da ED no seu próprio local normal de atividades: mais salas, mais alunos nas salas, mais professores envolvidos, maior organização...
Os Ministérios com crianças ajudam na expansão – Escola Bíblica de Férias, Campanhas evangelísticas, Encontros, Culto Infantil...
Os Ministérios com crianças podem ajudar também na Extensão – Classes de cinco dias, Classes de Boas Novas.
A abertura de filiais em outras localidades, trata- se de um desdobramento da ED.




[1] Apostilas: - Curso sobre Escola Bíblica Dominical – APEC- Campo de Bauru
Livros: - Ensinando para transformar vidas – Howard Hendricks – Editora Betânia


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