quarta-feira, 17 de outubro de 2018

CAPÍTULO 1: EDUCAÇÃO CRISTÃ

INTRODUÇÃO 

      Falar sobre Educação Cristã, é pensar na ordenança bíblica, dada por Deus. Isso implica uma visão abrangente e global em relação ao ensino cristão. Não se pode tratar de tal assunto pensando tão somente numa área específica do ensino, na igreja local, atendendo somente a uma certa demanda, mas sim, de forma que atinja a pessoa no seu todo, isto é, em todos os estágios de seu desenvolvimento: intelectual, emocional, espiritual e comportamental. Também não se pode visar tão somente o crescimento individual, mas também o coletivo. Assim, é preciso o envolvimento de todos, seja aprendendo, seja ensinando e isso acontece através do ensino formal e informal. Veremos que a Educação Cristã é um processo contínuo de crescimento a partir do nascimento, ou há quem pense que até antes, até a morte.

1. Definições

      Charlotte Taylor , definiu os termos, Educação, Educação Religiosa e Educação Cristã da seguinte forma:
 *Educação – “É o processo pelo qual uma pessoa se desenvolve nos seus conhecimentos.”
 “o processo pelo qual o homem através de sua capacidade para aprender, adquire experiências que atuam sobre a sua mente e o seu físico” Cotrim, Parisi (1982).
*Educação religiosa – “É o processo pelo qual uma pessoa se desenvolve nos seus conhecimentos religiosos.”
 *Educação Cristã –“ É o processo pelo qual uma pessoa se desenvolve no seu conhecimento de Deus em  Jesus  Cristo .”
  
2.Conceitos De Alguns Autores
a)“...é o ministério de levar o crente a maturidade Cristã em Jesus Cristo”. Perry G. Dows.
b)“...é toda e qualquer prática educativa que considera o ser humano do ponto de vista do Evangelho. Sendo Jesus Cristo o centro do Evangelho será legitimamente cristã a educação que se preocupar seriamente em ser Cristocêntrica, tendo Cristo como referencial e centro de toda teoria e de toda prática”. Inez Augusto Borges.
c)“...é um sistema formal e informal, dentro de um ambiente cristão, que ajuda o crente a desenvolver seus conhecimentos das verdades divinas e a se consagrar ao Senhor.” Rayward Armstrong.
d)“... é um processo deliberado e intencional pelo qual Cristo é formado nas pessoas, visando a transformação, formação e crescimento da pessoa toda e da Igreja toda em todo tempo”. Sherron K. George.

3.Origem

      Robert W. Pazmiño fez a seguinte colocação pensando na atuação da trindade no contexto da Educação Cristã:
  
“ ...Deus criador é o educador do qual emana todo conteúdo da educação; Deus Filho,  como exemplo ou mentor é o modelo, o mestre por excelência e o Espírito Santo como tutor é o conselheiro ou consultor que sustém a vida da comunidade cristã e da sociedade mais ampla(contexto) a fim de cumprir os propósitos de Deus”.


      Tendo em vista ser o homem essencialmente religioso, pois criado por Deus e para Deus “...tendo a lei de Deus escrita em seus corações...” (Gn. 1.27; Ec. 3.11; Rm.2.14,15), sente atração pelo eterno, uma busca por Deus. O pecado deturpou isso mas não eliminou totalmente(Pv.8.36). No decorrer da história, mediante relatos bíblicos, vemos Deus indo ao encontro do homem pecador ( Gn.3.9 ) e providenciando a única solução para o pecado ( Gl.4.4,5;At. 4.12). Após Jesus cumprir Sua missão de Mestre, e Redentor, o Pai envia o Espírito Santo. E Este dá continuidade ao Seu ministério até os nossos dias (João 16.7,813). Portanto, verificamos que a origem da Educação Cristã está na soberana vontade de Deus (Rm. 15.4). Percebemos a ação pedagógica do Deus Trino, atuando de maneira explicita no decorrer da história até os nossos dias.

BASES BÍBLICAS E TEOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ.

1 -Motivações e objetivo pra o ensino

a)Por quê ensinar?
          A justificativa e a motivação para o ensino na Igreja é esta: é o imperativo dado por Deus ao seu povo (Dt. 6.4-9); também Jesus ordenou a sua Igreja que ensinasse (Mt28.18-20). A obediência a este imperativo, descreve a própria natureza do povo de Deus e de Sua Igreja e indica a tarefa prioritária desta (Ef.4.7-15). Pra este propósito foi que Jesus, o nosso Mestre Supremo, deu exemplo de dedicação ao ensino (Mt.5.1,2). Nós como Igreja do Senhor devemos assumir nossa postura de “agentes formadores”, seguindo o exemplo de Jesus que formou o grupo de discípulos e os treinou para formar outros através do ensino, dando início assim a Sua igreja aqui na terra.

b)Para quê ensinar?
          O objetivo a ser alcançado com o ensino é que se aprenda a vontade de Deus através da Sua Palavra de tal forma que vivam uma intensa e profunda relação com o seu Criador, tornando-se apto a vivenciar os valores do Reino em todas as esferas para a glória de Deus. Segundo a Drª Serron, a finalidade última da Educação Cristã na Igreja é o Reino de Deus. Ela ainda apresenta três esferas onde o Reino se manifesta e finalidades imediatas da Educação Cristã.

1 -“Aperfeiçoamento dos cristãos – Formando cidadãos do Reino, os quais tem como base de suas vidas a Palavra de Deus e portanto os valores do Reino; as qualidades de Cristo estarão evidentes em tais seguidores. Essas qualidades se traduzirão na convivência da comunidade cristã, formal e informalmente resultando em edificação mútua(Cl. 3.16).
2 - A edificação de lares cristãos- Quando se aprende os valores do Reino como princípios inegociáveis; tais valores influenciarão na formação dos lares e no ensino cristão nesse contexto. O Senhor mandou que os pais ensinassem os seus filhos (Dt.6.4-9).
3 - A transformação da sociedade – O resultado de vidas edificadas na Palavra; lares cristãos focados e comprometidos com o ensino e testemunho dos valores do Reino de Deus; é de uma igreja forte, edificada, servindo e atuando na sociedade de maneira autêntica, trazendo-lhe transformação”.

        Concluímos, então que a tarefa da Educação Cristã é bastante ampla e abrangente ela se estende com propósitos e propostas bíblicas nas áreas:

Salvação – Tt 2.11-14 – Formando cidadãos do Reino através da evangelização;
Crescimento – Ef. 4. 11-15 – Ensinando os princípios de vida segundo o Reino;
Serviço – Cl. 1.27-29. Transformando a sociedade, por meio do testemunho de vida 
segundo os valores do Reino.
·          
2. A Educação Cristã Nos Tempos Bíblicos

 O ensino no Velho Testamento

 A)Pentateuco: Educação centrada no lar ( Dt.6.4-7).Os pais eram responsáveis pela educação de seus filhos; a tarefa era de conservação, transmissão e manutenção do legado e herança de fé. Para cumprirem essa tarefa usavam estratégias que os ajudavam a levar seus filhos a compreensão e aceitação da sua fé no Deus único e verdadeiro em que criam.

Os métodos usados:

DIRETIVO: Num primeiro momento, no Pentateuco, a primeira das três partes do A.T., vemos caracterizado o método diretivo do Deus. O conteúdo Programático já está pronto (Gn.2.15-17,3.8,9) .Este método foi usado por Deus com a primeira e a segunda geração;

CONCRETO: Depois disto, as famílias utilizavam de histórias, rituais religiosos, culto com seus símbolos , festas religiosas e ritos dramatizados(Gn.8.18 ,20-22).

         Os Conteúdos eram histórias fundamentais do povo de Israel ( a criação, a chamada de Abraão, o Êxodo, a peregrinação até a terra prometida... ).
       Os processos de ensinos ou as metodologias: De geração em geração o povo de Israel, em família, contavam histórias que explicavam a sua fé (Dt. 26.5-10). Eram narrativas emocionantes do Gênesis e do Êxodo, deixando bem claro que a mão de Deus sempre se faz presente e soberana conduzindo o seu povo. Havia também etapas de perguntas e respostas( Êx.12.26;13.8,14; Dt.6.20,21; Js. 4.6,21). Vemos nos livros de Levítico e Números sendo introduzidas as instruções e raízes cúlticas; comemoravam suas festas religiosas e seus rituais. Em Deuteronômio uma profunda reflexão teológica sobre histórias e leis já conhecidas e uma preparação pedagógica para o novo futuro na terra prometida. Eram metodologias repetitivas de ensino da herança histórica ,das orientações éticas e dos ensinamentos que os judeus transmitiram a seus filhos. A importância vetero-testamentário é mais dialógico do que monológico. A tarefa dada por Deus aos pais foi executada e concretizada, pois se assim não fora não teríamos notícias desse povo nos dias de hoje.

B) Os profetas: A educação agora, desloca-se do lar e é centrada no trono. Torna-se “palaciana”. Os profetas são os pedagogos da própria nação, e tem a tarefa de questionar, examinar criticamente e refletir contextualmente.

Período de transição: Fica claro a ausência de perseverança no processo educacional e no conteúdo programáticos divinos. É relatado no livro de Juízes um período da história do povo de Israel, caracterizado por tumulto, incerteza e tensão. O livro termina com um versículo triste: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” ( Jz 21.25) É um livro de fracasso, derrota e pecado , mas com intervenções divinas, as quais serviram para manter o remanescente de seu povo , por causa da Sua Fidelidade(2 Timóteo 2. 13).

A monarquia é estabelecida: Este período distinto na vida do povo de Israel tinha como base a Palavra do Senhor através da boca do profeta, o rei deveria consultar esta palavra do Senhor (1Reis 22.5,14). O sistema educacional divino era direcionado para o aspecto corretivo, o profeta trazia a Palavra do Senhor através de proclamações muitas vezes dramáticas. Ele anunciava as boas novas do Reino de Deus como também denunciava as práticas incoerentes com os valores desse Reino (2 Samuel 12.1,13-15). A tarefa desafiadora do profeta era para que mantivesse os ensinos tradicionais pertinentes e que promovesse uma nova abordagem educacional, apontando mudanças e transformações. Eles cumpriram o seu papel na manutenção de ensino da Palavra.

C)Os Escribas: Uma classe de mestres profissionais da lei. Eles ensinavam a lei de Moisés ao povo, chamados homens das sagradas letras. Sua tarefa era de juntar, copiar, preservar e interpretar a lei.  Nesse período aparece a figura de Esdras, um dos primeiros doutores da lei Ele tinha um ministério de ensino persistente (Ed. 7.10). Esdras não era um pregador, mas um professor, lia e explicava as Escrituras ao povo. Vemos também, o surgimento das Sinagogas, temos aí o a intensificação do ensino formal, a sinagoga é a escola, a lei mosaica seu texto.

D)Os Escritos: Enquanto as perguntas nos livros da lei são mais objetivas, nos Escritos, ela aparecem com um caráter mais subjetivos e existenciais, sendo que as respostas são fáceis e claras, há um processo aberto, no sentido de envolver todos os aspectos e da experiência no mundo:

Jó e Eclesiastes – Um longo processo de reflexão introspectiva e emotiva e de diálogo com os outros e com Deus.
Provérbios – Dirigido a todas as faixas etárias, abordando uma gama enorme de assuntos eminentemente atuais e práticos.
Salmos – Os Salmos são a expressão da resposta humana a iniciativa divina. Estão neles todo conteúdo da fé vivenciada de Israel expressada artisticamente através de acrósticos, poemas, canções de lamento ou louvor, hinos. Tudo para em culto confirmar a aliança de Deus com seu povo.

      Concluímos portanto, que no AT encontramos um ensino de raízes profundamente bíblicas. Em si é um instrumento pedagógico que nos leva a uma revisão profunda e significativa quanto ao nosso proceder pedagógico, que nos é útil para termos um ensino verdadeiramente bíblico e dinâmico.

O Ensino no Novo Testamento

 A) O modelo de Mestre: O modelo perfeito do Mestre é visto em Jesus. “Ele se pôs a ensiná-los dizendo...”(Mt.5.2). J.M.Price, diz:

“Nos Evangelhos, Jesus é chamado mestre não menos de quarenta e cinco vezes, ...fala-se em Jesus ensinando, quarenta e cinco vezes, e onze apenas pregando, e, assim mesmo, pregando ensinando” e mais “Toda obra de Jesus estava envolta em atmosfera didática.” “O professor deve ter entusiasmo, paixão, deve vibrar com as conquistas do educando. Jesus foi o melhor modelo de mestre, todos queriam aprender com ele: olhos arregalados, ouvidos atentos, Jesus seduzia, enamorava. Teve autoridade sem ser autoritário. Conquistava a multidão que permanecia com ele, olhava nos olhos, chamava pelo nome, conhecia as fraquezas e respeitava a história de vida de cada um. Ninguém era obrigado a seguir Jesus, o seguiam porquê ele os encantava, amava e permitia ser amado.” Jesus“... fez do ensino o agente principal da redenção”.

B)Os Evangelhos: Os chamados livros Sinóticos, apresentam Jesus, o Mestre por excelência, conhecido como Rabi, que significa instrutor ou professor. Realmente, o Mestre Jesus, foi o Professor dos professores, um referencial para todos que desejam se dedicar ao ensino. Ele ensinou as multidões e treinou os discípulos para ensinar. Tinha convicção da sua tarefa de ensinar (Jo.13.13). E foi reconhecido como tal, por mestres da época como também por pessoas comuns do próprio povo (Jo.3.2; Mt.19.16; Mc.5.35;). Havia coerência no que ensinava e vivia. Sua autoridade vinha do seu exemplo (Jo.13.5,14,15;15.17). Precisamos, hoje, de professores que sejam imitadores de Jesus, que sigam o seu exemplo no ensino e nas atitudes. Só assim teremos um ensino verdadeiramente eficaz.

C)O Ensino Apostólico: A palavra chave para o ensino no contexto do livro de Atos dos apóstolos é “continuidade “. Nesse livro, encontramos, os apóstolos, aqueles que andaram com o Mestre, aprenderam dEle pessoalmente, formando agora uma igreja comprometida com o ensino da Palavra e com a sociedade. Pregavam as boas novas do Reino de Deus, atendiam ás necessidades do povo e também ensinavam. Eram pessoas qualificadas que tiveram suas vidas transformadas por Jesus e dele mesmo receberam o chamado para serem seus seguidores. Foram obedientes a esse chamado tornando-se seus seguidores. Treinados por Ele, estavam aptos agora a ensinarem a outros. Este foi um processo contínuo que não se encerrou no livro de Atos. A igreja primitiva tornou-se uma instituição modelo até os nossos dias.

D)O Ensino Paulino: O apóstolo Paulo foi também um dos responsáveis pela continuidade desse processo. Dedicou-se ao ensino, seguindo o modelo de Jesus. Procurou viver o que ensinou, tanto que tinha autoridade pra dizer: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1 Cor. 11.1). Através das cartas é revelado o seu papel importante com o ensino doutrinário, sua preocupação em treinar liderança (2Tim. 2.2), e a questão imprescindível de um “estilo cristão de conduta” segundo os valores do Reino.
  
A EDUCAÇÃO CRISTÃ NA HISTÓRIA DA IGREJA.
  
1- Era Do Crescimento (33-311 D.C.)
        Durante os dois primeiros séculos a igreja continuou a ensinar bem o seu povo (Atos 2.42, 5.42). Porém, do terceiro século em diante, a igreja cristã cresceu muito e o ensino cristão, não acompanhou tal crescimento, e o resultado foi que milhares de cristãos eram batizados sem a instrução necessária para tal, trazendo grandes prejuízos para a vida da igreja.

2-Era Medieval (311-1500 D.C.).
        No início da idade média, o a religião cristã dominava quase que absoluta sobre todas as outras e por interesses obscuros tornou-se a religião oficial do Império e por ele privilegiada. O ensino muito cedo foi centralizado na autoridade do bispo, e, de maneira especial, do bispo de Roma. Muitas práticas estranhas entraram nas igrejas porque não havia o ensino das verdades bíblicas para o povo.

 3- Era Dos Reformadores
         No século VI, um grupo de líderes cristãos reconheceu a necessidade de uma reforma na Igreja com a finalidade de corrigir os erros e instruir o povo na fé. Assim com a Reforma, a Educação Cristã voltou a ter lugar de importância na igreja. Dois grandes líderes da Reforma foram Martinho Lutero na Alemanha, e João Calvino na França. Martinho Lutero entendia que era necessário que cada cristão tivesse a Bíblia na sua própria língua pra poder ler as Escrituras por si mesmo. Ele traduziu o primeiro Novo Testamento e depois o Velho Testamento na língua do povo da Alemanha. Encorajando assim todos os cristãos a lerem e estudarem as Escrituras. Preparou catecismos para auxiliar o povo no estudo das Escrituras.
         Nos séculos antes da Reforma, a Educação Cristã nos lares tinha quase desaparecido porque os pais não sabiam como instruir seus filhos em casa. Lutero encorajou os pastores a oferecerem aulas especiais para os pais para que pudessem ensinar seus filhos em casa.
        Calvino reconhecia a necessidade de preparar bem líderes cristãos, para instruírem o povo. Assim fundou em Genebra uma faculdade Evangélica de Teologia. Outra grande contribuição para a formação de líderes e pastores foram os comentários sobre quase todos os livros da Bíblia. A influência da Reforma foi levada da Europa a América do Norte e de lá para o Brasil.
        O século XVII testemunhou grandes contribuições dos cristãos reformados para a educação, como vemos no livro A Igreja Discipuladora do autor Cláudio Marra:
  
[...]Comenius, um pastor Morávio, tinha apenas um alvo na vida, que era “promover a Glória de Deus. Torna-se evidente também que ele via a educação cristã como sendo o meio mais excelente para a glorificação de Deus pela vida humana”. Ele cria que a responsabilidade de cuidar da juventude pertence naturalmente aos pais, mas que era igualmente necessário que todos os jovens fossem instruídos em conjunto, nas escolas, onde tudo deveria ser ensinado a todos. As ideias de Comenius foram impressionantes para o seu tempo, e os professores, ainda hoje, deveriam considerá-las. Ele ensinava, por exemplo, que bem instruir a juventude não significa encher-lhe a mente com muitas “palavras, frase, sentenças, opiniões de autores; mas, ao contrário, desenvolver a compreensão das coisas”. Sua influência não ficou restrita ao seu tempo, mas alcançou muitos educadores em torno do mundo e ao longo dos séculos, desde a sua morte.[1]


         À semelhança de Comenius[2], os puritanos mostraram uma grande preocupação com a situação espiritual da Igreja nacional, por isso, instruiam o povo a buscarem nas Escrituras, pois é através dela que o crescimento espiritual é possível. Vejamos:


Por essa razão a Bíblia não apenas ocupava lugar central no currículo puritano, mas também o modelo adotado por eles para avaliar as outras disciplinas. E em um tempo que tanto valorizava a Escritura, Richard Baxter (1615-1691) foi o puritano que mais se destacou na tarefa de ensiná-la aos seus paroquianos, esforçando-se para fazer deles discípulos de Cristo. “Sua realização em Kidderminster foi impressionante. A Inglaterra não vira antes um ministério igual.” Seu sucesso em Kidderminster tem sido usualmente associado ao seu método de catequese, porém, a catequese propriamente, embora de fato notável pelo alcance e regularidade, fazia parte de uma ampla e consistente estratégia de discipulado, que incluía encontros de grupos pequenos durante a semana e fiel pregação da Palavra aos domingos e quintas, tudo acompanhado de zelosa ministração de disciplina eclesiástica e de assistência aos necessitados.


[1]MARRA, Claúdio A.B. A Igreja Discipuladora.São Paulo: Cultura Cristã, 2007.p.21,22.

Nenhum comentário:

Postar um comentário